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05 de Agosto, 2018

Castle Rock: O Terror de Stephen King Tem Nova Casa

Sara

A mais recente aposta da Hulu, «Castle Rock», estreou este sábado, 4, no TVSéries, às 22h. Apesar de ser uma obra inédita, é inspirada pelo imaginário de Stephen King, que é produtor executivo – a par de J.J. Abrams.

 

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Quem é que, entre os seguidores da série da HBO, nunca 'discutiu' «A Guerra dos Tronos» com alguém que já tinha lido os livros? Toda a gente, a não ser que vivam por baixo de uma pedra ou se tenham escondido muito bem nos últimos anos (neste último caso, aceito dicas). Falar da série baseada na obra sangrenta de George R.R. Martin é a mesma coisa que falar do universo Marvel e DC, de «The Walking Dead» ou, mais recentemente, de «A Torre Negra» (2017). Ainda mal esboçámos a nossa opinião, e já somos 'cilindrados' com acontecimentos do livro, personagens 'apagadas' e, por diversas vezes, críticas à adaptação ao pequeno ou grande ecrã. Se não forem leitores assíduos de Stephen King e pretenderem assistir a «Castle Rock», fica já o conselho: fujam dos fãs dos livros.

 

Com estreia marcada para este sábado no TVSéries, a série da Hulu marca o regresso de Bill Skarsgård ao universo de King, depois de ter dado vida a Pennywise em «It» (2017). Sem o disfarce vistoso, mas novamente de poucas palavras, o último Skarsgård a encontrar o caminho da fama (é filho de Stellan e irmão de Alexander e Gustaf) volta a ser o centro do mistério, que terá de ser resolvido por Henry Deaver (André Holland, «The Knick», «American Horror Story» e «Moonlight» (2016)). O advogado do Texas regressa à terra natal de Castle Rock, paragem habitual na obra literária de King, após ser mencionado pela personagem de Bill, que é descoberto num espaço recôndito da Prisão de Shawshank (pois claro), na sequência da morte do diretor, e sem cadastro. Aparentemente sem ligação, este e Henry vão desenvolver uma relação nada tradicional, à boleia do suspense e de uma sonoridade sufocante. O regresso mais sonante, ainda assim, é o de Sissy Spacek, a protagonista do inesquecível «Carrie» (1976).

 

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O motivo para a 'fuga' aos adeptos ferrenhos de King é simples: para os leitores, «Castle Rock» não passará de uma referência superficial às obras por que se afeiçoaram, ao jeito de 'Easter eggs' que se vão desembrulhando, episódio após episódio. Tal não invalida a qualidade da série criada por Sam Shaw e Dustin Thomason, mas, mediante as expetativas dos espectadores, pode revelar-se uma desilusão ou uma agradável surpresa. Para quem não conhece os livros, ou não os domina, «Castle Rock» responde ao que promete: leva-nos ao habitat aterrorizante de King, mas, a partir daí, é por nossa conta. Não obstante, há referências claríssimas como Shawshank (o próprio Diretor Norton, de "Rita Hayworth e a Redenção de Shawshank" e do filme «Os Condenados de Shawshank» (1994), é mencionado no episódio piloto) ou Alan Pangborn (Scott Glenn, que interpreta a personagem depois de Ed Harris e Michael Rooker).

 

Antes de mais, a principal surpresa do primeiro episódio torna-se previsível pelo motivo mais básico de sempre: se há um ator demasiado conhecido, dificilmente será só para morrer nos cinco minutos iniciais. O desvendar do seu envolvimento na trama que se descobre depois acaba por ser, por isso mesmo, demasiado evidente e parco em surpresas. Não obstante, Shaw e Thomason tinham mais revelações na manga e, aos poucos, os habitantes vão-se revelando e o mistério vai-se tornando cada vez mais denso: porque se iria suicidar o diretor no exato local onde Henry tinha aparecido 26 anos antes, ainda criança, após 11 dias perdido no gelo? Qual a relação entre o enigma do presente, com o prisioneiro mistério e o diretor suicida, e o passado da sombria Castle Rock, cuja realidade se estabelece agora entre segredos e jogadas suspeitas? Será que a história, aparentemente independente de King, vai encontrar o seu 'criador' no final, estabelecendo então, e de uma vez por todas, a ponte com a literatura? É esperar para ver...

 

Texto originalmente publicado na Metropolis.

 

 

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