Óscares 2018: Como Fazer Conversa Sem Ter Visto a Cerimónia
2) Para quem não queria ouvir os comentários da SIC durante a cerimónia, havia o canal 700 da NOS, diziam eles. No entanto, esta escolha representava um desafio verdadeiramente hercúleo. O que era mais irritante: os comentários em português por cima ou o som do intervalo no 700? Brilhante estratégia de marketing para levar as pessoas a, de uma vez por todas, passarem a ver a versão comentada. (Comigo não resultou, mas boa tentativa).
3) Resumo do monólogo de abertura: Jimmy Kimmel repetiu a apresentação dos Óscares com a certeza de que não podia correr pior do que em 2017. Depois do engano estrondoso na categoria de Melhor Filme, com o anúncio de «La La Land: Melodia do Amor» (2016) como vencedor em vez de «Moonlight» (2016), Kimmel logo avisou que mais valia os vencedores esperarem um minuto antes de se levantarem para receber a estatueta [assim como em 2017, Warren Beatty e Faye Dunaway voltaram a apresentar a última categoria]. Outros temas – assédio sexual dentro e fora de Hollywood, se Christopher Plummer achava Lin-Manuel Miranda parecido com o verdadeiro Alexander Hamilton e que o objetivo de filmes como «Chama-me Pelo Teu Nome» (2017) não é fazer dinheiro [para isso há o «Pantera Negra» (2018)], mas sim irritar Mike Pence.
4) A fim de desencorajar discursos mais longos, a Academia decidiu premiar os mais rápidos. Em caso de empate, o Jet Ski iria para o Christopher Plummer, mas tal não foi necessário e foi Mike Bridges, vencedor na categoria de Guarda-Roupa por «Linha Fantasma» (2017), a levar o brinquedo para casa. [Helen Mirren não incluída].
4.1) Outra das novidades é que os discursos mais longos iam deixar de ser interrompidos por música. Em vez disso, Lakeith Stanfield, de «Foge» (2017) [e «Atlanta»], devia repetir a cena do filme e desatar aos gritos em palco para a pessoa ir embora. Infelizmente, tal não se confirmou e os vencedores foram mesmo 'cortadas' pela orquestra...
5) Bem, chegou oficialmente a altura de deixar de piratear filmes e de ir ao cinema. Nunca se sabe quando podem entrar, sala dentro, o Mark Hamill, a Emily Blunt, a Lupita Nyong'o ou o Armie Hammer. Na verdade, só quero ter a Meryl Streep a dizer-me adeus.
6) A maioria da Academia é dos Los Angeles Lakers. Ou provavelmente era há uns anitos, passou pela bandwagon dos Miami Heat e dos Cleveland Cavaliers, e deve estar agora para os lados dos Golden State Warriors. A carta com que Kobe Bryant se despediu da NBA virou curta-metragem de animação e o ex-jogador tem um Óscar de vantagem perante a concorrência de LeBron James e Michael Jordan. [Fãs de Jordan não desesperem, é só fazer sequela de «Space Jam» (1996)].