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Androids & Demogorgons

TV KILLED THE CINEMA STAR

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05 de Março, 2018

Óscares 2018: Como Fazer Conversa Sem Ter Visto a Cerimónia

Sara
Se contribuíram para a anunciada audiência miserável da cerimónia, mas querem saber os mínimos para fazer conversa em ocasiões sociais, vieram ao sítio certo. Como não quero que vos falte nada, deixo-vos os 10 melhores momentos dos Óscares 2018 – de Portugal ao Dolby Theatre, passando por um qualquer cinema do outro lado da rua em Los Angeles. Até vai parecer que viram!
 

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1) Sabes que o fim do mundo está próximo quando, num evento VIP de cinema, transmitido pela SIC para pobre ver antes dos Óscares, a Lili Caneças tenta falar de... cinema e não consegue. Porquê comentar apenas a Passadeira Vermelha dos Óscares, quando se pode fazer o mesmo num cinema de Lisboa, certo? Se isto não é sinal do apocalipse, não sei o que será. (E também isto).
 

 

2) Para quem não queria ouvir os comentários da SIC durante a cerimónia, havia o canal 700 da NOS, diziam eles. No entanto, esta escolha representava um desafio verdadeiramente hercúleo. O que era mais irritante: os comentários em português por cima ou o som do intervalo no 700? Brilhante estratégia de marketing para levar as pessoas a, de uma vez por todas, passarem a ver a versão comentada. (Comigo não resultou, mas boa tentativa).

 

 

3) Resumo do monólogo de abertura: Jimmy Kimmel repetiu a apresentação dos Óscares com a certeza de que não podia correr pior do que em 2017. Depois do engano estrondoso na categoria de Melhor Filme, com o anúncio de «La La Land: Melodia do Amor» (2016) como vencedor em vez de «Moonlight» (2016), Kimmel logo avisou que mais valia os vencedores esperarem um minuto antes de se levantarem para receber a estatueta [assim como em 2017, Warren Beatty e Faye Dunaway voltaram a apresentar a última categoria]. Outros temas – assédio sexual dentro e fora de Hollywood, se Christopher Plummer achava Lin-Manuel Miranda parecido com o verdadeiro Alexander Hamilton e que o objetivo de filmes como «Chama-me Pelo Teu Nome» (2017) não é fazer dinheiro [para isso há o «Pantera Negra» (2018)], mas sim irritar Mike Pence.

 

 

4) A fim de desencorajar discursos mais longos, a Academia decidiu premiar os mais rápidos. Em caso de empate, o Jet Ski iria para o Christopher Plummer, mas tal não foi necessário e foi Mike Bridges, vencedor na categoria de Guarda-Roupa por «Linha Fantasma» (2017), a levar o brinquedo para casa. [Helen Mirren não incluída].

 

 

4.1) Outra das novidades é que os discursos mais longos iam deixar de ser interrompidos por música. Em vez disso, Lakeith Stanfield, de «Foge» (2017) [e «Atlanta»], devia repetir a cena do filme e desatar aos gritos em palco para a pessoa ir embora. Infelizmente, tal não se confirmou e os vencedores foram mesmo 'cortadas' pela orquestra...

 

5) Bem, chegou oficialmente a altura de deixar de piratear filmes e de ir ao cinema. Nunca se sabe quando podem entrar, sala dentro, o Mark Hamill, a Emily Blunt, a Lupita Nyong'o ou o Armie Hammer. Na verdade, só quero ter a Meryl Streep a dizer-me adeus.

 

6) A maioria da Academia é dos Los Angeles Lakers. Ou provavelmente era há uns anitos, passou pela bandwagon dos Miami Heat e dos Cleveland Cavaliers, e deve estar agora para os lados dos Golden State Warriors. A carta com que Kobe Bryant se despediu da NBA virou curta-metragem de animação e o ex-jogador tem um Óscar de vantagem perante a concorrência de LeBron James e Michael Jordan. [Fãs de Jordan não desesperem, é só fazer sequela de «Space Jam» (1996)].

 

 
7) Em 2017, Casey Affleck levou o Óscar por «Manchester By The Sea» (2016) apesar das críticas ensurdecedoras de assédio. O ator foi amealhando prémios, por um lado, e, por outro, lá se ia dizendo que Casey tinha chegado a acordo com as queixosas e não valia a pena fazer campanha contra ele. O que é certo é que, 12 meses depois, o irmão de Ben Affleck foi 'encostado' em todas as cerimónias, onde é suposto o vencedor do ano passado passar o testemunho a um dos premiados. Para disfarçar, Emma Stone entregou o Óscar de Melhor Realizador em vez do de Melhor Ator.
 

 
8) Nem sei muito bem como abordar este mistério, que me deixou totalmente perplexa. Jennifer Lawrence é assim tão mais alta que Jodie Foster? Acho que elas fizeram uma qualquer tentativa de piada relacionada com a Meryl Streep, mas eu estava demasiado distraída, desculpem. Após pesquisa, está confirmado que Jennifer tem 1,75m e Jodie 1,6m. [Já agora, aplausos para a coragem de Jennifer, que mesmo depois das quedas que já protagonizou, ainda se arrisca em manobras como esta].
 

 

9) O discurso da Frances McDormand, eleita sem surpresas Melhor Atriz [por «Três Cartazes à Beira da Estrada» (2017)], foi o melhor da noite. Já que não havia orçamento para outro jet ski, pelo menos dava-lhe uma trotineta rasca. Deve estar cansada de tanta subida a palcos na temporada de prémios. Aqui não vos facilito a vida, têm mesmo de ver!
 

   

10) Em cinco anos, quatro Óscares de Melhor Realizador foram para cineastas mexicanos (Alfonso Cuarón, duas vezes Alejandro González Iñárritu e agora Guillermo del Toro). Foi, aliás, noite de festa para o México, que ainda celebrou duas vezes graças a «Viva - A Vida é Uma Festa» (2017), por Melhor Música Original e Melhor Filme de Animação. Uma escolha política, que del Toro, premiado por «A Forma da Água» (2017), acentuou no discurso com a frase "Sou um imigrante". Ainda assim, pelo sim pelo não, del Toro lá verificou o envelope antes de festejar, não fosse outra vez um erro...
 

 

 
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