10 Razões Pelas Quais Rebecca Bunch Deve Ficar Sozinha
Faltam poucas horas para a season finale de «Crazy Ex-Girlfriend», a épica série, parcialmente musical, criada por Rachel Bloom e Aline Brosh McKenna, estando a protagonista Rebecca dividida entre três pretendentes. Tudo aponta para que a personagem prinicipal vá escolher um deles no último episódio, que chega à Netflix Portugal na madrugada de sexta para sábado, depois de três encontros ao jeito de um reality show. No entanto, e embora a fandom se 'enfrente' em demonstrações de apoio a cada um deles, há um resultado para mim evidente (e que deixaria todos os shippers descontentes): Rebecca deve escolher-se a si própria no final e ficar sozinha.
Rebecca Bunch (Rachel Bloom) é uma advogada lançada para uma carreira de sucesso que, após encontrar a sua primeira paixão, Josh Chan (Vincent Rodriguez III), toma uma decisão impulsiva e muda-se para a pacata West Covina. Com um pontapé no rabo da promoção na firma onde estava, para desgosto da mãe, e muita obsessão, a protagonista torna-se, de forma por vezes bizarra, uma espécie de vilã 'fofinha' que, fora os laivos de loucura, vai conquistando o seu lugar no novo mundo. Este percurso, frequentemente turbulento, passa por períodos de trauma, vingança, stalkerismo e muitas sessões de psicoterapia, com Rebecca a ter de aceitar o seu desequilíbrio emocional, apesar de ainda ter um longo caminho pela frente. Em vez de estruturar «Crazy Ex-Girlfriend» simplesmente no campo da comédia, Rachel Bloom e companhia deram uma razão racional e saúde-related à narrativa de Rebecca. É aqui que começa o mote do meu texto.
Embora o meu propósito seja mostrar-vos porque acredito que a Rebecca Bunch deve ficar sozinha no final de «Crazy Ex-Girlfriend», confesso que tenho um favorito entre os três candidatos. Quer dizer, mais ou menos. À falta do Greg original, interpretado por Santino Fontana, que abandonou a série na segunda temporada, estou a torcer pelo Greg que o veio substituir, Skylar Astin. Isto porque, em vez de simplesmente trocar de ator, Rachel Bloom encontrou uma justificação, bem ao seu estilo, para a mudança visual drástica de Greg. No fundo, ele regressou uma nova pessoa... literalmente, e Rebecca começou a vê-lo de forma diferente. Aliás, o meu final ideal seria basicamente um twist de Gregs: a Rebecca percebia que tinha de aceitar Greg com todas as suas falhas, recuperando a versão antiga da personagem e mandando a atual de volta para a saga «Pitch Perfect» e «Ground Floor» [cancelada ao fim de uma temporada, para tristeza minha].
Ainda assim, não se deixem enganar por este meu lado fangirl. Acredito genuinamente que a protagonista não deve escolher nenhum dos três pretendentes – Josh, Nathaniel (Scott Michael Foster) e Greg –, com os quais manteve relações amorosas, alternadamente, nas quatro temporadas da série, mas sim aprender primeiro a estar sozinha. Tendo em conta que a série sempre foi pensada para ter esta duração, será de esperar um final coerente com a globalidade de «Crazy Ex-Girlfriend» e, nessa perspetiva, é um desenlace que faz sentido. Até porque Rachel Bloom já admitiu que o final será aquele que foi pensado inicialmente. Uma relação poliamorosa também não seria propriamente uma surpresa, sendo consensual. Se Rebecca fica em West Covina ou não... já dava outro texto.
1. É cliché, sim, mas Rebecca Buch tem de primeiro gostar dela própria. Algo que já se percebeu que não se verifica...
2. Embora tenha mais cuidado com a sua saúde psicológica do que antes, ainda há um caminho longo (e individual) a fazer.
3. Estas relações despertaram, no passado, aspetos negativos da sua personalidade/saúde.
4. Em sentido contrário, ela também despertou o pior dos seus pretendentes.
5. Recentemente, mudou constantemente de "alvo" do seu afeto, pelo que parece ainda não ter percebido de qual gosta verdadeiramente. E a nova escolha pode ser de novo ilusória.
6. Há aspetos do seu passado, sobretudo amoroso e anterior ao início da série, que ainda não resolveu.
7. Foi para West Covina e começou cada uma destas relações pelos motivos errados, no passado.
8. O reprise do "I'm just a girl in love" como "I'm just a girl not in love" é o twist de que precisamos, só que ainda não sabemos.
9. Seria o fechar deste ciclo da sua vida que deu origem à série, pelo que faria sentido em termos de narrativa.
10. Fazer encontros românticos como reality shows tipo o «The Bachelor» para decidir quem se escolhe é parvo.
Apesar destas 10 razões, e na imperfeição que carateriza o ser humano, haverá sempre motivos para não fazer alguma coisa. No final, Rebecca pode aceitar tudo isto e, ainda assim, arriscar uma escolha. Qual é o vosso palpite?